História de Asseiceira, 75 - Asseiceira em 1751

Com base num inquérito que terá sido respondido  pelos párocos, o padre Luís Cardoso publicou em 1751 o segundo volume do Dicionário Geográfico de Portugal. Depois do Agiológio Lusitano em 1652 e da Corografia Portuguesa em 1712, esta publicação permite uma terceira visão global do concelho de Asseiceira por períodos aproximados de meio século.
Mas é muito mais do que isso. Com um aspecto gráfico que se aproxima já daquilo que são os dicionários modernos, apresenta informação relevante sobre o termo de Asseiceira, incluindo a descrição dos diversos lugares, para além da vila: "Roda, Cazal da Linhaceira, Cazal da Velha, Val de Cavallos, Portella, Foz do Rio, Perdigueira, Pé do Atalho, Oiteiro, Quinta da Guerreira, Quinta da Metrena, Cazal Novo e Cazal da Vinha".
Saltam à vista a falta de Santa Cita e da Cerejeira (o que é corroborado pelos registos paroquiais onde os dois lugares nunca aparecem desde 1706 até esta data). Igualmente de fora desta lista estão o Falagueiro e o Valigote, que já aparecem em registos paroquiais ligeiramente anteriores mas com pouca expressão.
Curioso é que o "Cazal da Linhaceira", como aparece descrito na listagem dos lugares do termo de Asseiceira, surja, quer no índice de localidades, quer na respectiva entrada, designado por "Cazaes da Linheira". Um facto que viria abonar a teoria da "terra de linho" como explicação do topónimo, como referem os autores do livro "Linhaceira e as suas escolas", se não fosse claramente um lapso, ainda que várias vezes repetido. Porém, também este lapso contribui para dar mais força ao ponto de vista de que o antigo topónimo Mynhaxeira referido no Numeramento de 1527-1532 tenha sido um erro e que já nessa altura a própria aldeia e não apenas o seu porto tivesse a designação de Linhaceira.





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