Os dias da Linhaceira: 28 de Maio de 1917 e de 1961

28 de Maio, data de má memória para os portugueses (foi nesse dia que começou a ditadura do Estado Novo), é, todavia, uma data duplamente importante para a História do ensino na Linhaceira.
De facto, foi em 28 de Maio de 1917 que a Câmara de Tomar decidiu, definitivamente, pedir a criação de uma escola para o sexo masculino na nossa aldeia, embora a mesma ainda viesse a demorar mais de um ano para entrar em funcionamento. Trata-se do edifício que hoje funciona como posto médico.
Eis um excerto da acta, disponível no Arquivo Municipal de Tomar e reproduzida no livro “Linhaceira e as suas escolas”, de Miguel Garcia Lopes e Nuno Garcia Lopes:


Seria depois criado o edifício escolar onde hoje funciona o ATL (em 27 de Abril de 1950) e, em 28 de Maio de 1961, quando o número de alunos (só nos quatro anos da escola primária) rondava os 170(!), foi inaugurado o edifício que hoje acolhe ainda a EB1.
Embora, por enquanto, não tenhamos encontrado ainda nenhum registo fotográfico dessa inauguração, a reportagem detalhada feita pelo jornal Cidade de Tomar (e reproduzida parcialmente no livro atrás referido) ajuda a rever todo o acontecimento, presidido pelo presidente da Câmara de então, Aurélio Ribeiro.
Destaque-se um parágrafo, salientando que foi escrito por Vasco Jacob, figura destacada da cidade e, portanto, isento de qualquer tipo de bairrismo:
Às 19.10 horas precisas chegou o cortejo a Linhaceira. Foi um delírio. Nunca assistimos a coisa igual. Foguetório intenso, um mar de gente, chuva de flores, palmas, tudo quanto um povo pode exteriorizar a sua alegria por tão feliz acontecimento. Apresentados os cumprimentos pelas pessoas mais representativas da localidade ao mesmo tempo que a filarmónica de Paialvo executava o hino de saudação, tudo se dirigiu para o novo edifício escolar que ia ser inaugurado, sob alas do imenso povo e das crianças das escolas, que, de batas alvas, arremessavam às entidades oficiais grandes quantidades de flores num gesto da mais expressiva manifestação de reconhecimento.”
Publicamos o destaque dado na primeira página de outro jornal de então, O Nabão:

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