História da Linhaceira, 10 - 1530, o Porto da Linhaceira

O documento mais antigo que se conhece com referência ao nome Linhaceira é o relato das diligências feitas por Manuel Nogueira, juiz da vila de Tomar, em 12 de Outubro de 1530, com vista a averiguar o estado de navegação do Zêzere e do rio de Tomar (Nabão) entre aquela vila e Punhete (actual Constância), transcrita por Vieira Guimarães no seu livro "Thomar Santa Iria".
Trata-se não apenas de um, mas de dois documentos: uma carta dirigida ao rei, que lhe incumbira a tarefa (datada de 17 de Outubro desse ano) e o auto da diligência efectuada, com data de 12 de Outubro e que, pela extraordinária riqueza de pormenores, nos permite um olhar completamente novo pelas origens da nossa aldeia.
Estas datas são apenas  três anos posteriores a 1527, ano em que o concelho de Asseiceira foi visitado pelo escrivão que recolhia dados para o Numeramento, onde aparece referida Mynhaxeira.
Neste documento a Linhaceira aparece referida como porto, situado, naturalmente, junto ao rio.
Uma hipótese plausível, além daquelas que já ontem colocámos, é que existissem os dois lugares - a Matrena, aliás, também é referida neste documento e não surge no Numeramento, talvez porque neles não existissem habitantes.
A existirem em simultâneo, talvez a importância do porto tenha contaminado os casais e estes adquirissem o nome daquele.
Mas, mais importante do que tudo isto, é que o local deste porto da Linhaceira, numa fértil zona agrícola ribeirinha, vem dar uma nova força à teoria de que a origem do topónimo tenha a ver com o cultivo do linho, como também já vimos.
Na imagem vemos uma visão artística de como poderia ter sido o Porto da Linhaceira, assinada por José Lima, em ilustração integrada no livro "História de Asseiceira em miúdos".


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