História da Linhaceira, 14 - 1706, construção da Ponte da Matrena

Terá sido igualmente em 1706, além do início dos registos paroquiais que chegaram até nós, que foi construída a ponte da Matrena. Segundo Amorim Rosa, haveria uma lápide à entrada da ponte dizendo: "Nicolau Pina fez. Ano de 1706", a qual está actualmente dada como desaparecida.
Embora a arqueóloga Salete da Ponte, no artigo "Achegas para a carta arqueológica - Tomar", publicado na revista "Portugália", nova série, volume XVI, em 1995, a refira como uma ponte romana (não acrescentando outros dados que ajudem a defender essa tese), não têm aparecido outros defensores da ideia que apresentem dados nesse sentido.
Nicolau Pina era então o proprietário da Quinta da Matrena, lugar com alguma expressão na época, se não vejamos: nos primeiros anos de registos paroquiais (precisamente a partir de 1706), houve uma média de um baptismo por ano referente à Matrena (só Asseiceira, Linhaceira e Roda tinham média claramente superior), encontrando-se nesses documentos alguns interessantes dados sobre os pais: um sapateiro, um casal de "vendeiros" (vendedores) e outro de ciganos.
De referir ainda que o próprio Nicolau Pina ou outros membros da família aparecem frequentemente como padrinhos, não só nestes mas também em baptizados de outros lugares da paróquia.
Na fotografia (datável do século XIX, antes de 1890), pode ver-se a ponte em primeiro plano e o edifício da Quinta da Matrena ao fundo, na cumeada, sensivelmente a meio do arco principal.

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