Agência Lusa divulga artigo sobre Biblioteca de Temas Linhaceirenses

O artigo da agência de notícias Lusa, hoje divulgado, sobre a Biblioteca de Temas Linhaceirenses, e que transcrevemos na íntegra, é um estímulo para o trabalho que temos vindo a desenvolver e revela como este projecto, que na sua essência é muito local, é mais uma das iniciativas que consegue levar o nome da Linhaceira a Portugal inteiro.


   
Tomar, 29 mar (Lusa) – Desde há um ano que a Linhaceira, aldeia do concelho de Tomar, com cerca de 1.500 habitantes, tem todos os dias um artigo publicado no blogue do projeto Biblioteca de Temas Linhaceirenses (BTL).
A publicação diária dos artigos resultantes da recolha de informação histórica sobre a vida comunitária da Linhaceira, desde os seus primórdios até à atualidade, começou no dia 24 de março de 2013, data que assinalou a deliberação tomada, cem anos antes, pelo município de construção da escola primária da aldeia.
“A faceta mais extraordinária deste blogue, ao que sabemos única em Portugal, é ter conseguido, ao longo dos 365 dias que se completaram na segunda-feira, publicar todos os dias pelo menos um artigo referente a uma efeméride relacionada com a vida local”, disse à agência Lusa Nuno Lopes, um dos dinamizadores do projeto.
A BTL, corporizada ainda apenas online, no blogue http://bibliotecalinhaceira.blogspot.pt, nasceu da busca que Nuno Lopes iniciou com o pai, Miguel Garcia Lopes, de informação sobre a história da aldeia, que depois se alargou à da freguesia na qual esta se insere, Asseiceira.
“Tivemos dificuldade em encontrar dados sobre a aldeia, a mais populosa do concelho e uma das maiores do distrito de Santarém mas sem pergaminhos de famílias poderosas ou mesmo de uma igreja antiga onde existissem documentos”, afirmou.
Iniciada a pesquisa nos arquivos paroquiais, nos municipais e na Torre do Tombo, depararam-se com a deliberação camarária de 24 de março de 1913 que determinava a construção de uma escola na aldeia, a qual viria a entrar em funcionamento em 1918.
Pegando nessas datas, com a colaboração das associações locais, decidiram dar corpo a um projeto que começou com o lançamento do livro “Linhaceira e as suas escolas”, de Miguel e Nuno Garcia Lopes, editado pela Terra do Linho, editora local, que também dinamizam.
Além da publicação de livros e documentos, o projeto da BTL passou pelo desafio de colocar online, diariamente, um artigo sobre a história local, de preferência assinalando acontecimentos correspondentes à data de publicação, permitindo construir uma cronologia.
De acordo com a pesquisa feita, a aldeia terá nascido de um conjunto de casais habitados pelos descendentes dos povoadores a quem foram entregues terras ermas quando, no século XIV, D. Dinis mandou fazer a povoação de Asseiceira a que depois concedeu foral. As primeiras referências ao lugar até agora encontradas datam de 1527 e indicam os Casais da Mynhaxeira.
Entre os livros em projeto conta-se um destinado às crianças, “para que tenham noção do espaço onde vivem”, e outros temáticos, nomeadamente sobre o Carnaval da Linhaceira, que assinala os 25 anos em 2015.
A prazo, a BTL poderá vir a tornar-se num espaço físico, havendo a expectativa de que possa vir a ocupar um dos edifícios da atual escola quando se concretizar o projeto de construção de um centro escolar, disse Nuno Lopes à Lusa.
O presidente da Junta de Freguesia da Asseiceira, Carlos Rodrigues, realçou à Lusa o “papel importante” da sociedade civil na dinamização de uma aldeia que “vive um pouco em contraciclo”, dada a sua centralidade e dimensão.
Com o encerramento de escolas em aldeias vizinhas, a ida das crianças para a escola da Linhaceira acaba por gerar atratividade numa localidade que tem um forte movimento associativo e que promove atividades, como o festejo do Carnaval, que lhe dão “alguma exposição pública”, frisou.

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